quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

PNL NAO É autoajuda nem "PENSAMENTO POSITIVO"


O termo “PNL”
O termo "PNL" e a utilização ética de suas técnicas e pressupostos
Por Nelly Beatriz M.P. Penteado - Psicóloga e Master Practitioner em PNL
O termo "Programação" vem da “computação” e diz respeito à instalação de um plano ou estratégia, de um programa no nosso sistema neurológico.
Isto significa que nós condicionamos o nosso cérebro, nós programamo-lo para obter um resultado específico.
Por exemplo, para aprender a dirigir um automóvel, inicialmente praticamos por partes e depois, com o tempo e com a prática, a habilidade toda torna-se automática.
Portanto, um programa fornece um caminho ao nosso sistema neurológico, indicando-lhe a direção a seguir, e este caminho é fortalecido pela prática e enfraquecido pela ausência desta. Vale ressaltar que nós possuímos programas para tudo, inclusive para nos sentirmos felizes ou tristes.
Um exemplo extremo de um programa é a fobia (medos intensos, incontroláveis, geralmente desproporcionais aos elementos que os causam, como o medo de baratas, ratos, medo de altura). Uma fobia também acontece através de um condicionamento, em que uma emoção intensa é associada a um objeto, animal ou situação, o qual, a partir de então, terá o poder de causar aquela emoção.
O termo "Neuro" refere-se ao sistema nervoso, através do qual recebemos e processamos informações que nos chegam pelos cinco sentidos: visual, auditivo, táctil-proprioceptivo, olfativo e gustativo. A PERCEÇÃO SENSORIAL!
O termo "Linguística" diz respeito à linguagem verbal e não verbal, através das quais as informações recebidas são codificadas, organizadas e recebem significado.
Inclui imagens, sons/palavras, sensações/sentimentos, sabores e odores.
Podemos dizer que a Linguística/LINGUAGEM, simplificando muito, é o que nos permite "traduzir" as informações recebidas pela PERCEÇÃO.
O termo "Linguística" está relacionado também com o modelo de linguagem que cada indivíduo possui e que lhe permite interagir com o mundo exterior.
Este modelo/METAMODELO DA LINGUAGEM (Generalizações/Omissões/Distorções, etc….) amplia ou reduz a compreensão do indivíduo em relação à realidade externa.
Quando muito empobrecido, dificultará o contato com o mundo e o indivíduo representará a si mesmo como tendo poucas opções para enfrentar as mais diversas situações.
Isto porque nós não reagimos à realidade, mas sim à representação que fazemos dela. Para compreender, ampliar ou modificar o modelo de alguém, a PNL conta com o Meta Modelo de Linguagem.
Exemplificando o termo todo, tomemos novamente a habilidade de dirigir automóveis.
“Um programa” permite-nos fazê-lo automaticamente. FORMATAÇÃO
Neuro: nós vemos (placas de trânsito, cruzamentos, outros carros), ouvimos (sons do motor, buzinas), sentimos (uma trepidação no volante, o contato do pé com a embraiagem, etc.) A PERCEÇÃO DOS 5 SENTIDOS
 Linguística: os sons, as imagens e as sensações/sentimentos são traduzidos/CODIFICADOS em palavras, para que tenham significado para nós.
Desta forma, um som estridente é automaticamente reconhecido como o som de uma buzina e lembramo-nos que as buzinas são usadas para alertar alguém. Estas associações ocorrem rapidamente e em geral não as percebemos da forma sequencial como a que estamos utilizando neste exemplo.
Atualmente, podemos observar um crescimento na utilização da PNL e uma certa popularização das suas técnicas e pressupostos.
Os “media” e profissionais inescrupulosos vêm se encarregando de associá-la à literatura de autoajuda e àquela que prega o poder do pensamento positivo. Repetimos: PNL não é autoajuda e não é "pensamento positivo".
Alertamos o leitor para que desconfie da velha fórmula, sempre reciclada, segundo a qual o poder do pensamento positivo é capaz de criar sozinho qualquer resultado que se deseje.
A PNL  mostra-nos que é preciso muito mais do que isto - são necessárias ESTRATÉGIAS, que são processos internos de pensamento, e também um planeamento que inclua onde TU estás/EA, onde TU queres chegar/ED e quais os TEUS recursos/ER que vais utilizar para obter aquilo que desejas.
Vemos, portanto, que não existe substituto para o trabalho real, objetivo, e que se os resultados da PNL são espantosos, mas não são mágicos, uma vez que seguem um caminho, uma sequência, que podem ser descritos, aprendidos e repetidos por outras pessoas. (MODELADOS)
Quando afirmamos que a PNL estuda a estrutura da experiência subjetiva humana (que inclui os nossos processos internos de pensamento, sentimento, sensação, etc.) isto quer dizer que é possível abordar essa experiência subjetiva de forma objetiva, pois apesar de ser subjetiva, ela possui estrutura (uma sequência que pode ser descrita, observada, modificada). CAUSA e EFEITO.
Talvez por isso um dos principais livros da PNL se chame A Estrutura da Magia, numa referência ao facto de que os resultados aparentemente mágicos da PNL possuem uma estrutura, que é lógica, demonstrável - tu não precisas de acreditar na PNL para que ela funcione contigo e com as outras pessoas.
É exatamente por ser prática, demonstrável, lógica, que a PNL produz bons resultados - e geralmente em tempos menores que os usados por outras abordagens mais complexas.
Àquelas pessoas que acusam a PNL de ser simplista, de resolver problemas graves com "fórmulas" prontas, lembramos que quando um cientista descobre uma fórmula de uma substância ou processo que poderá ajudar a humanidade, ele anota-a num papel (ou num computador), possivelmente como uma fórmula matemática.
No entanto, posteriormente alguém precisará produzir concretamente aqueles passos anotados na fórmula - da mesma forma que quando tu vais ao restaurante tu não comes o cardápio e sim os alimentos que posteriormente te são servidos. O MAPA NÃO É O TERRITÓRIO! O cardápio não são os alimentos!
Assim é a PNL: um conjunto de indicações que descrevem processos, estratégias. Infelizmente algumas pessoas ainda não perceberam este facto e acabam comendo o cardápio (ou engolindo o papel que contém as fórmulas...)

Sem comentários: